O mundo do trabalho e suas consequências na saúde e na vida das mulheres brasileiras

Sobre o assunto a Procuradora do Trabalho em Ji-Paraná, Ludmila Pereira Araújo, afirma que as mulheres ainda são as maiores vítimas no ambiente de trabalho, quanto ao assédio moral e sexual, além de outras formas de agressão.

 Ji-Paraná/RO (05/05/2017) - Em entrevista que concedeu à Rádio MPT e à Agência Rádioweb, a Procuradora do Trabalho em Ji-Paraná, Ludmila Pereira Araújo, falou sobre os impactos do trabalho na vida e na saúde da mulher.

O impacto do trabalho na saúde de qualquer trabalhador vai depender das condições laborais, ou seja, de trabalho, em que ele está envolvido. No mundo feminino, em que pese o avanço dos direitos do trabalho, direito ao voto, vigência da Lei Maria da Penha, ainda há uma disparidade muito grande de tratamento entre o homem e a mulher, disse.

As mulheres ainda são as maiores vítimas de assédio, estupro, violência doméstica, entre outras formas de agressão. Isso tudo acaba refletindo no mundo do trabalho, porque ele (o mundo do trabalho ) é um reflexo das contradições e divergências em relação às questões de gênero. Dessa forma, o impacto do trabalho na vida e na saúde da mulher pode ser positivo, quando há um ambiente de trabalho sadio, e muitas vezes pode ser negativo. Pode trazer problemas de ordem física e mental para essas mulheres, disse a procuradora Ludmila Araújo.

As mulheres são as maiores vítimas, no ambiente de trabalho, de assédio moral e sexual. Dentro dos problemas de saúde, estão a síndrome do pânico e a depressão. Também as doenças causadas por esforços repetitivos.

Estudos revelam que mesmo as mulheres que ocupam cargo de direção em empresas tiveram a saúde piorada nas duas últimas décadas. Essas mulheres enfrentam problemas com gastrites, depressão, hipertensão e diabetes.

Sobre a carga de trabalho, as mulheres são mais exigidas no ambiente laboral e são menos remuneradas por atividades equivalentes às dos homens. Pior ainda para as mulheres negras, que são remuneradas 40% menos que os homens.

Procuradora do Trabalho, Ludmila Pereira Araújo, esteve palestrando sobre o tema na 1ª Conferência Municipal realizada em Ji-Paraná/RO
Procuradora do Trabalho, Ludmila Pereira Araújo, esteve palestrando sobre o tema na 1ª Conferência Municipal realizada em Ji-Paraná/RO

Sobre os principais desafios que as mulheres precisam enfrentar no mundo do trabalho, a Procuradora Ludmila Araújo responde que “os problemas enfrentados pelas mulheres no mercado do trabalho não são mitos, mas realidade. Não é coisa de mulher. Além de menores salários, ocupar poucos cargos de direção nas empresas, há sobrecarga por conta da cumulação da jornada de trabalho com a jornada doméstica, ainda há a discriminação por ser dado à mulher as funções que a sociedade classifica como de menor importância.”

Questões como sonegação do direito de pausa para amamentação, discriminação quanto à mulher grávida, que é vista como um problema para o empregador, também são abordados pela Procuradora do Trabalho na entrevista.

Sobre como as empresas devem evitar que as mulheres sejam prejudicadas pelos empregadores, a Procuradora responde que “reconhecer que há discriminação no ambiente de trabalho e que na maioria das vezes esse ambiente leva em conta apenas aspectos masculinos; tirar o foco de que o problema é a mulher e empoderá-las, são medidas que podem ser adotadas”, completou.

Confira a íntegra da entrevista clicando em: http://www.agenciaradioweb.com.br/conteudo/materias/170426174644ENT__Ludmila_MULHERES_ok.mp3

Fonte: Ascom/MPT-RO/AC

(69) 3217-1264/ 99976.8753

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