Ação do MPT e órgãos parceiros cadastra jovens que trabalham no lixão da Vila Princesa para encaminhamento às vagas de aprendizagem em empresas

Iniciativa contou com a participação do TRT, MTE, da OAB, SEMAS, Paróquia São José Operário, Universidade Federal, CRAS, e Associação da comunidade entre outros órgãos e entidades

Ação na Vila Princesa terá prosseguimento, disse o procurador-chefe do MPT em Rondônia e Acre, Marcos G. Cutrim (ao centro na foto)
Ação na Vila Princesa terá prosseguimento, disse o procurador-chefe do MPT em Rondônia e Acre, Marcos G. Cutrim (ao centro na foto)

Porto Velho – Ação realizada na Vila Princesa, na área do lixão de Porto Velho, no sábado (12), para mobilizar jovens entre 14 e 24 anos de idade que trabalham no lixão ou em atividades informais para inclusão como aprendiz no mercado formal de trabalho. A audiência pública objetivou também sensibilizar as famílias da comunidade sobre a importância do combate à exploração do trabalho de crianças e adolescentes.

Sessenta jovens com idade entre 14 e 24 anos se apresentaram para o cadastramento realizado após a audiência pública e serão encaminhados a empresas para inclusão nas vagas de aprendizagem. A comunidade da Vila Princesa prestigiou o evento, atendendo ao convite formulado pelo Ministério Público do Trabalho, representado pelo procurador-chefe em Rondônia e Acre, Marcos G. Cutrim, e os órgãos parceiros: Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria Municipal de Ação Social, Tribunal Regional do Trabalho, Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Ordem dos Advogados do Brasil, Centro de Referência e Assistência Social, Paróquia São José Operário e a Associação Comunitária da vila.

Outras cinquenta pessoas, entre pais, mães, avós, e alguns jovens da comunidade compareceram ao local da reunião convocada pelo MPT e os órgãos parceiros que integram a rede de enfrentamento ao trabalho infantil em Porto Velho. Na reunião, a Universidade Federal de Rondônia, representada pelo professor Bernardino Neto, se prontificou a intermediar ações visando a inclusão de jovens da comunidade nas atividades esportivas promovidas por alunos dos cursos de educação física da instituição de ensino superior.

“O resultado da audiência pública foi surpreendente, pois conseguimos obter os dados dos adolescentes e jovens para incluí-los nas vagas de aprendizagem e, no futuro, resgatá-los da atividade proibida para menores de 18 anos, como o trabalho em lixão. A ideia é resgatar a cidadania destes jovens, promover direitos e acesso ao mercado de trabalho, para que tenham uma nova perspectiva de vida. Se não fosse o trabalho coletivo, organizado e interinstitucional de todas as entidades hoje aqui presentes não teríamos atingido os objetivos propostos”, disse o procurador-chefe do MPT em Rondônia e Acre, Marcos Cutrim.

A audiência pública na Vila Princesa é resultado de recentes diligências realizadas pelo MPT em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, com apoio das Polícias Federal e Polícia Rodoviária Federal, para apurar denúncia do trabalho de adolescentes e de crianças na reciclagem do lixo.

Após analisar dados sobre a realidade da comunidade da Vila Princesa, atualmente com cerca de 300 famílias e 1.500 pessoas residindo em habitações, a maioria em condições precárias e carentes dos serviços públicos como saneamento básico e água potável, o MPT e demais órgãos parceiros entenderam que oferecer oportunidade de emprego e renda seria a prioridade no momento.

Mais ações de cidadania vão ser programadas para a Vila Princesa no início de 2016. Uma delas está programada para a volta as aulas, com a distribuição de material escolar confeccionado pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação ao Trabalho Infantil.

Participaram do evento o juiz do Trabalho Edilson Cortez , as auditoras fiscais do Trabalho Marcia Harui Higashi e Carolina Fonseca, representantes da SEMAS e SEMUSB, o pró-reitor da UNIR, Bernardino Neto, o líder comunitário Francisco Fontinelli, lideranças religiosas, da OAB, entre outros representantes de setores da administração municipal

Cadastramento dos jovens para encaminhamento às vagas de aprendizagens foi feito por auditores do MTE
Cadastramento dos jovens para encaminhamento às vagas de aprendizagens foi feito por auditores do MTE

Jovens entenderam o chamado para cadastramento como oportunidade para ingresso no mercado formal de trabalho
Jovens entenderam o chamado para cadastramento como oportunidade para ingresso no mercado formal de trabalho
Comunidade atendeu ao chamamento do MPT e órgãos parceiros para saber mais sobre trabalho infantil e oportuniadade de emprego formal para os jovens
Comunidade atendeu ao chamamento do MPT e órgãos parceiros para saber mais sobre trabalho infantil e oportuniadade de emprego formal para os jovens

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