No Acre, profissional de saúde supera COVID-19 e volta para linha de frente

Fatima Cordeiro voltou para a recepção do Hospital Geral de Feijó (AC), onde trabalha há 34 anos, usando equipamentos de proteção comprados pelo UNOPS com recursos revertidos pelo MPT

: Fátima Cordeiro usa equipamentos de proteção comprados pelo UNOPS com recursos revertidos pelo MPT em favor do Hospital Geral de Feijó, no Acre (Foto: Fátima Cordeiro)
: Fátima Cordeiro usa equipamentos de proteção comprados pelo UNOPS com recursos revertidos pelo MPT em favor do Hospital Geral de Feijó, no Acre (Foto: Fátima Cordeiro)

 

Feijó fica a 363 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre.  O Hospital Geral, ligado ao Sistema único de Saúde (SUS), é o único da cidade de mais de 32 mil habitantes, onde mais de mil já contraíram a COVID-19. Ali, Fátima Cordeiro trabalha na recepção da emergência há 34 anos. Ela recebe populações ribeirinhas e indígenas, moradoras e moradores da cidade e quem mais precisar de atendimento urgente na região. É acidente, tiro, ferimento por arma branca, doenças e todo tipo de incidente, segundo ela conta.

No mês de julho, entretanto, Fátima não estava ali para receber as pessoas. Ela explica que o marido, que é diabético e cardíaco, apresentou sintomas do novo coronavírus. “Fraqueza, diarreia, febre, mal-estar, dor no corpo... logo vi que era COVID”, disse, com a experiência de quem trabalha há três décadas na área da saúde.

O exame confirmou a suspeita e, em seguida, Fátima, de 55 anos, os dois filhos e a nora também se sentiram mal. “Tudo que você possa imaginar de coisa ruim”, resume sobre a doença que a deixou 20 dias afastada do trabalho. Fizeram todos os exames e receberam acompanhamento no posto da cidade dedicado à doença.

“Medo foi pouco, eu fiquei foi com pavor”, afirmou ela, que diz já ter visto muita coisa na vida. O receio de piorar foi agravado pelo falecimento do colega que trabalhava como motorista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na unidade, dez dias após a confirmação de seu diagnóstico. Com tempo e cuidados, a família se recuperou e ela voltou ao trabalho.

Mas o medo ainda não acabou. De máscara, touca, avental e propé, Fátima conta que lava as mãos com frequência e utiliza álcool em gel durante o trabalho. Ao chegar em casa, lava suas roupas separadas das da família e toma banho. Diz que os equipamentos de proteção individual (EPIs) a fazem se sentir mais segura para trabalhar. “Tranquila, não, mas a vida tem que seguir”, afirma.

O continente americano teve o maior número de profissionais da saúde infectados pelo novo coronavírus em todo o mundo, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da OMS na região. No total, 570 mil pessoas que atuam em saúde foram infectadas e 2.500 morreram desde o início da pandemia. A maioria das infecções no continente aconteceram no Brasil, que soma 270 mil casos entre profissionais, número superior ao dos EUA (140 mil) e do México (cerca de 100 mil).

O UNOPS, organismo das Nações Unidas especializado em infraestrutura, compras e gestão de projetos, em parceria com o Ministério Público do Trabalho em Rondônia e no Acre, que reverteu os recursos necessários em favor da aquisição, comprou mais de 2,9 milhões de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para estes estados. Parte dos EPIs foram destinados ao Hospital Geral de Feijó e estão sendo usados por Fátima e seus colegas. UNOPS e MPT estão comprometidos com a proteção de profissionais de saúde para que possam exercer seu trabalho em condições seguras.

Fonte: UNOPS

Escritório das Nações Unidas de

Serviços para Projetos 

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